sexta-feira, 11 de julho de 2008

O belo esta no simples.


Meus comprimentos e agradecimentos a quem lê meus textos, não nego, já que você vai ler ficaria muito feliz se comentasse. Obrigado. Sabe, como eu sempre peço a quem lê um comentário, dessa forma não preciso pedir, você logo vai comentar. Falando sério agora, eu havia convidado uma amiga minha para escrever comigo, mas creio falar sozinho hoje. Eu creio hoje me atrever a falar sobre um assunto a primeira vista simples, no entanto se olharmos bem algo tão complexo e profundo, tudo vai depender do ponto de vista.
Quando eu era criança tinha tremenda facilidade em fazer amigos. Como é gostoso ser criança, não existe complexidade, não existe preconceito e não complicamos as coisas. Lembro ser tão banal, fazer uma amizade consistia simplesmente de um olhar para o outro e pronto, vamos brincar, vamos conversar, vamos comer juntos. Uma nova amizade nascia assim, nascia na simplicidade. Lembro de um amigo, ele era da primeira igreja onde meu pai foi pastor. Nossa, era inacreditável como tudo era simples. Corríamos, brincávamos, sonhávamos, nós apenas vivíamos o momento. Certa vez pichamos a parede da igreja, não recomendo a ninguém essa experiência, mas não me arrependo em nada. Não me lembro de ter criado um critério de ser seleto ao escolher minhas amizades quando criança, não me importava com o grau de instrução da pessoa, realmente o importante era se a pessoa desejava ou não ser minha amiga, era simples.
O tempo passa, vamos criando critérios, os buracos da nossa peneira vão se tornando pequeno. Certa vez em um acampamento estava eu sentando num balanço e uma guria sentou no do lado, novamente a simplicidade estava na oportunidade. Estávamos ali, dispostos, abertos, não havia critérios e nem parâmetros. Hoje após alguns anos a amizade ainda existe e é incrível como o mesmo balanço ainda esta lá, mas a nossa simplicidade parece ter ido embora.
Venho notando como objetos, lugares e oportunidades são excelentes canalizadores de amizades. Tenho uma amiga, essa é especial. Ela quando nos ‘conhecemos’, ela entenderá o motivo das aspas, ela era novinha e absurdamente falante, hoje infelizmente estamos mais calados, mas ainda existe o mesmo sentimento. No entanto essa amiga, uma bela campineira, era engraçado como nos identificávamos. Ela tem um charme, principalmente quando imita galinha e outros animais. Conversávamos sobre inúmeros assuntos, discutíamos quem conseguia fazer a melhor interpretação de Tom Jobim. Havia um motivo simples para a existência de nossa amizade; nós apenas desejávamos mantê-la e graças ao bom Deus ela ainda existe até hoje.
Agora olhando essas situações e sendo hoje muito criterioso, extremamente seleto com quem eu considero meu amigo, vejo como complicamos algo que quando é simples tem um aroma tão agradável. Criei em mim um enigma complexo de complicado de ser resolvido, alguns simplesmente se perdem tentando compreender e analisar meus comportamentos, outros simplesmente se iludem pensando me compreender e conhecem uma casca tão superficial. Muitas vezes me perguntei como pude deixar perder essa simplicidade, como foi acontecer isso comigo, como me tornei um labirinto de sentimentos e uma charada de pensamentos. No entanto lembro de uma amiga, não nos conhecíamos pessoalmente, existia uma ciber-amizade, mas ela precisou de mim, precisava de um abrigo e pensei: “Somos amigos, ela precisa de um lugar, então vamos exercitar a simplicidade da amizade.” Muitos me recriminaram pelo comportamento, mas ele me lembrou como a simplicidade torna acessível à amizade.
Agora eu questiono a quem um dia me questionou sobre meus argumentos sobre toda essa simplicidade. Tentei tornar seu amigo, eu até fui infantil, nas pureza da palavra, pedindo “posso ser seu amigo?”. Foi engraçado ouvir: “Lucas, a amizade hoje não é como quando éramos criança, posso ser seu amigo e pronto.”. Pensemos todos, como não pode ser possível ser assim. Não compreendo como complicamos algo que quando simples se torna tão bonito. Quais são nossos critérios para criarmos uma amizade, a pessoa deve ser sincera, bonita, inteligente, fiel. Eu me pergunto será mesmo necessário tudo isso, não me lembro e não vejo isso no comportamento mais sincero de todos, no comportamento infantil. Olhemos uma criança, ela não distingue nada da essência das pessoas, ela simplesmente nota a possibilidade de uma amizade e para ela tudo é tão simples.
Hoje eu vivo um paradigma existencial, sou tão complexo em meus pensamentos e comportamento, mas ainda busco essa tão bela simplicidade. Existe em mim hoje um desejo pelo simples, não estou querendo novas oportunidades e nem grandes experiência. Desejo simplesmente provar do belo, do puro do simples. Quero voltar a ser criança, não para viver sem responsabilidades, mas para experimentar o puro, viver o sem conceitos estabelecidos.
Hoje de manhã eu olhei para uma determinada pessoa em especial e pensei sobre a possibilidade da nossa amizade. Sem questionar eu estava pronto a responder negativamente a essa possibilidade. Agora eu vejo como as coisas não são tão simples, como tudo não é mais tão puro e existem inúmeras coisas determinantes para situações como essas. Mas caramba como posso novamente perder uma oportunidade simplesmente pelas coisas passada. Olhemos para o amanhã, não existe nele cheiro e nem sensação simplesmente por que não o provamos ainda. Como posso então negar essa possibilidade eu estaria negando a mim uma experiência talvez inédita. Contudo se eu vier a me arrepender dessa oportunidade, paciência é como quando caiamos e nossas mães falavam: “Levanta, passa água no machucado e vai brincar, logo logo ele vai sarar.”
Tudo é simples, depende simplesmente de um ponto de vista.

4 comentários:

Anônimo disse...

Nossa... realmente, tudo depende do referencial.... cada ponto de vista é a vista de um ponto, ora bolas!!!
Essa simplicidade pode ser encontrada. Pode não estar pura, como na infância, mas sem dúvida o primeiro passo para alcançá-la, é ter o desejo de tê-lá.

"As coisas simples são as mais compostas..." Judith, Salgado

Mariana Marcolino dos Anjos disse...

Oi Lu!
cá estou de novo!!
achei interessante o texto e realmente..cada um tem um ponto de vista!
Amizade, fazer amigos, é algo pessoal, vai de cada um, da personalidade de cada um!
Pra mim não é difícil fazer "amigos", coloco entre aspas pq primeiro a pessoa vira seu colega e depois, com as conversas, vc conhecendo mais a pessoa, as afinidades, as diferenças tb, nos tornamos amigos!
e olha..vou dizer...o ser humano é durezaaaa!!!
tem coisa q não entendo na vida...como em um dia vc pode ser mt amigo de alguem, a ponto de não desgrudar da pessoa e em outro quase nem se falar mais, sem nem ao menos ter brigado ou se desentendido??? é cada um viu??!rs
mas eu sou assim, se eu gosto de alguem gosto mesmo e nao sou falsa, o q não gosto eu falo!
sou grata a Deus pelos amigos q tenho, uns tão perto q me aguentam td dia e outros mais distantes, nos vemos poucos, mas tão especiais qt!
amigos são fundamentais em nossa vida!!
obrigada por ser meu amigo!!!

bjos!!!

Fê Maglione disse...

Putz Lucas, vc tinha razão qdo disse q eu ia gostar mto do texto!

Essa história de amigos é complicada msmo depois de um certo tempo! Eu vejo por nós....agente se conheceu no acampa, na balança lá....dois isolados que acharam um momento oportuno pra uma amizade... depois agente nunca mais se viu....até o dia lá na quadra...foi outro momento pra retomar a amizade......teve épocas que eu não te suportava, e outras onde a reflexão das nossas conversas era vitalicia.....
vai entender!!
hoje, mais maduros, e dps de mtas topadas, gosto de ter vc como amigo e companheiro de profissão....claro que agente se fala e vê pouco.....mas é interessante saber o qto vc me conhece e o qto eu entendo sua complexidade....

amizade é isso....são oportunidades de conhecer e momentos de compartilhar....

gostei mto do texto.....vc está de parabens...só não elogio mto pq não faz meu feitio...hahhahahahaa

bjsss

Maglione

Fabiana Graziola disse...

Caro LF,
Qnd crianças experimentamos a simplicidade do complexo e qnd adultos vivenciamos a complexidade do simples.
As vivências de cada um vão criando camadas que nos fazem como cebolas. A essência é a mesma, porém encoberta por roupagens que em alguns momentos nos fazem parecermmos estranhos para nós mesmos, e mais ainda para os outros!
Ter consciência disso nos ajuda a entender algumas reações e atitudes, não a aceitá-las, mas apenas entendê-las e assim a complexidade do simples volta a dar lugar à simplicidade do complexo.
Saudações